DE OLHO NA CIÊNCIA

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) ligados ao Projeto Genoma estão fazendo pesquisas para compreender o funcionamento dos neurônios nos portadores da síndrome de autismo. Os pesquisadores já conseguiram decifrar três genes relacionados à ocorrência de autismo. Os estudos dos cientistas foram publicados no começo deste ano na revista científica Brain Research.

Conforme a bióloga Maria Rita Santos e Passos Bueno, do Centro de Estudos do Genoma Humano (Departamento de Genética e Biologia Evolutiva - Instituto de Biociências), “já há um consenso internacional de que o autismo depende de fatores genéticos. Acredita-se que há vários genes que possam estar associados ao autismo”.

Segundo ela, o autismo é uma doença complexa e heterogênea, causada por diversas alterações genéticas. “Algumas formas de autismo são associadas a síndromes genéticas bem estabelecidas, como por exemplo, a síndrome do ‘x frágil’ alteração do cromossomo x, que é uma síndrome relacionada ao retardo menta” afirma.

Estudo desenvolvido pela equipe da bióloga com mais de 250 portadores de autismo verificou a recorrência de variações entre a quantidade de receptores de serotonina e a própria substância (que atua como neurotransmissora e está relacionada com emoções e com o sono). De acordo com Maria Rita Bueno, verificou-se a disponibilidade de mais serotonina do que de receptores. Há mais “chaves” que “fechaduras”, simplifica.

“Possivelmente, há muitos mecanismos genéticos que podem levar ao autismo. Casos que podem ser determinados por erros em genes específicos ou por pequenas variações que estão no genoma que chamamos de SNPs. Vários desses SNPs em alguns genes levam ao autismo” explica a bióloga.

Os pesquisadores da USP conseguiram verificar variações e decifrar três genes relativos à síndrome do autismo (neurogulin 3; neurogulin 4 e shank 3).



 

Cientistas encontram variação genética que influi no autismo

 

Um grupo de cientistas descobriu a primeira evidência clara de que uma variação genética comum tem influência no desenvolvimento do autismo, segundo uma pesquisa cujos resultados foram publicados na edição semanal online da revista Nature. A pesquisa se centra nos polimorfismos de um só nucleotídeo ou SNP (em inglês), que são uma variação muito frequente na sequência de DNA que afeta uma só base - adenina, timina, citosina ou guanina- de uma cadeia do genoma.

Os SNP formam até 90% de todas as variações genômicas humanas na sequência do DNA e determinam a resposta dos indivíduos a doenças, bactérias, vírus e medicamentos. Até agora, os cientistas achavam que não havia relação com os transtornos do espectro autista (TEA), o grupo de incapacidades do desenvolvimento provocadas por uma anomalia no cérebro.

No entanto, os professores Hakon Hakonarson, do Hospital Infantil da Filadélfia (EUA), e Gérard Schellenberg, da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, respondem a esta crença. Até agora, a associação genética com os TEA era difícil de ser descoberta devido à complexidade dos sintomas clínicos e pela própria arquitetura genética, mas os trabalhos realizados por Hakonarson e Schellenberg resolveram este problema.

Em uma das pesquisas foram identificados seis SNPs junto a dois genes codificadores de proteínas, o que significa que as moléculas que aderem às células neuronais têm um papel no desenvolvimento dos diferentes tipos de autismo. No segundo estudo, foram encontradas duas trajetórias ou percursos genéticos no sistema nervoso que contribuem de maneira significativa à suscetibilidade genética a apresentar TEA.

Os genes encontrados em uma das trajetórias eram os responsáveis por uma degradação proteica - um processo que tem a ver com vários transtornos genéticos - e as descobertas em regiões associadas com a aderência neuronal tinham uma estreita relação com o desenvolvimento do autismo.

Em entrevista coletiva, Schellenberg destacou que a pesquisa abre caminho para descobrir eventuais remédios que possam combater o problema.



 

Universidade desenvolve nanotecnologia contra o câncer

 

Utilizando a nanotecnologia, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv (Israel) desenvolveram uma terapia de combate ao câncer que é capaz de destruir apenas as células doentes do organismo, preservando as saudáveis. Isso poderá reduzir os graves efeitos colaterais provocados pela quimioterapia e melhorar sua eficiência.

A base desse tratamento são bolhas microscópicas cuja superfície contêm um agente capaz de distinguir e destruir as células cancerosas. Segundo a professora Rimona Margalit, do Departamento de Bioquímica da Universidade e responsável pela experiência, a nova tecnologia tem sido aplicada com sucesso em animais e o próximo passado será testá-la em seres humanos.

A Universidade agora está procurando laboratórios farmacêuticos interessados em investir no desenvolvimento da pesquisa.

“Em 20 anos, essa terapia poderá ser disseminada por todo o mundo” diz Rimona



 

Novo tratamento contra tuberculose é testado com sucesso

 

Cientistas americanos usaram com sucesso um coquetel de dois remédios para matar, em laboratório, a bactéria que causa a tuberculose, afirmou um relatório sobre o estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.

Os pesquisadores, do Instituto Nacional da Alergia e Doenças Infecciosas (NIAD), informaram que os medicamentos usados foram meropenem e clavulanate, com os quais conseguiram eliminar variantes do organismo Mycobacterium tuberculosis, que causa a doença.

No relatório, os cientistas disseram que os remédios já estavam sendo usados para combater outras doenças bacterianas, mas seus efeitos sobre a tuberculose não tinham sido estudados de maneira sistemática, principalmente nos casos nos quais a doença resiste a vários tipos de medicamentos.

Clifton Barry, cientista do Colégio de Medicina Albert Einstein que colaborou no estudo, disse que o próximo passo será testar os efeitos da combinação no tipo de tuberculose (XDR TB), no qual a bactéria resiste à eficácia de qualquer remédio.

Essa tuberculose resistente a medicamentos começou a causar preocupação de forma crescente às autoridades de saúde de vários países do mundo.

Calcula-se que, dos 490 mil casos de tuberculose resistente a remédios registrados no mundo, 40 mil tenham sido de XDR


Criada técnica que acelera regeneração de tecidos

 

Cientistas britânicos descobriram uma técnica que induz o organismo a intensificar seu mecanismo de auto-regeneração, e que potencialmente pode ser utilizada para reparar tecidos danificados após ataques cardíacos ou ossos fraturados.

A medula óssea costuma liberar vários tipos de células-tronco quando ocorrem ferimentos ou lesões, mas nem sempre o processo é totalmente bem-sucedido. Em experiências de laboratório no Imperial College de Londres, os pesquisadores deram a ratos uma droga envolvida no processo de crescimento, chamada de VEGF, e que já existe naturalmente na medula óssea.

Eles observaram que a concentração de células na corrente sangüínea dos animais aumentou mais de cem vezes.

Artrite
Sara Rankin, que trabalhou na pesquisa, disse: “O corpo se auto-regenera com o tempo, mas, quando os danos são severos, há limites no que pode fazer sozinho.” “Nós esperamos que, ao liberar uma quantidade extra de células-tronco, como pudemos fazer com os ratos no nosso estudo, nós poderemos, potencialmente, obter um número extra de quaisquer células de que o corpo necessite para estimular a capacidade de auto-regeneração e acelerar o processo de reparação.”

Há esperança de que a técnica possa ajudar também a atenuar doenças em que o sistema imunológico ataca erroneamente os próprios tecidos do organismo, como a artrite reumatóide.

Atualmente já existem técnicas para aumentar o número de células-tronco que produzem sangue, mas o estudo dos cientistas do Imperial College de Londres se concentra em dois outros tipos: as endoteliais, que produzem as células que formam os vasos sangüíneos, e as mesenquimais, que se tornam células ósseas ou de cartilagens.

As células mesenquimais também têm a capacidade de enfraquecer o sistema imunológico. Os pesquisadores acreditam que será possível realizar testes clínicos em seres humanos dentro dos próximos dez anos. A pesquisa foi divulgada na revista Cell Stem Cell


Identificado como o câncer resiste à quimioterapia

 

Um grupo de cientistas identificou um mecanismo que faz as células dos tumores cancerígenos sobreviverem à quimioterapia e voltarem a se desenvolver, o que pode explicar por que alguns cânceres voltam a se reproduzir.

A pesquisa, publicada pelo British Journal of Câncer, foi dirigida pelo professor Ming-Chiu Fung, da Universidade Chinesa de Hong Kong, e demonstra que o câncer pode reverter o processo natural que leva às células à sua morte.

Para este trabalho, os cientistas trataram células de cânceres de colo de útero, pele, fígado e mama, e iniciaram com três substâncias químicas distintas seu processo de apoptose (uma forma de morte celular, que está regulada geneticamente).

Até agora, era um fato contraditório que as células normais conduzidas artificialmente para seu suicídio alcançassem um ponto sem retorno, após o qual tinham que morrer, inclusive caso se detivesse a apoptose artificial.

Mas os autores desta pesquisa comprovaram que havia células que cruzavam esse ponto de não-retorno e ainda eram capazes de se recuperar, depois de retirado o elemento indutor.

As células recuperavam seu tamanho e função, e seguiam se dividindo, perecendo somente quando o núcleo contendo a maior parte de seu DNA começava a se desintegrar-se, algo que ocorre apenas na fase final do processo da morte celular.

“Demonstramos que várias fileiras de células cancerígenas podem sobreviver à morte celular programada. A pesquisa sugere a existência de uma via de escape tático à qual as células podem recorrer para sobreviver ao tratamento com quimioterapia”, explicou o professor Ming-Chiu.

“Nossas averiguações oferecem novas pistas para investigar o que permite às células cancerígenas voltar à vida após um tratamento de quimioterapia ou de que maneira esta capacidade para reverter a morte celular contribui para que sigam se dividindo e crescendo durante os ciclos de tratamento contra o câncer”, acrescentou.

Segundo Ming Chiu, “as respostas a estas perguntas nos permitirão conseguir novas metas terapêuticas na batalha contra o câncer”.

O médico Lesley Walker, diretor de informação do Centro de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, afirmou que “este descobrimento revelador nos apresenta um mapa inteiro de novas rotas a explorar na busca de novos objetivos terapêuticos”.

“É um avanço intrigante, que esperamos que tenha um papel útil em nossos esforços para derrotar o câncer”, disse o diretor deste centro de pesquisa, entidade que publica o British Journal of Can


Cientistas britânicos desenvolvem ‘osso injetável’

Cientistas da Universidade de Nottingham, na Grã-Bretanha, desenvolveram um material que pode ser injetado em ossos fraturados para ajudar em sua recuperação. A substância tem a textura de um creme dental e forma uma espécie de “molde” biodegradável ao redor do qual o tecido ósseo cresce e se recompõe.

Segundo os pesquisadores, a nova técnica poderia substituir os dolorosos enxertos ósseos que acontecem em muitos casos.

Eles agora devem iniciar os primeiros testes com pacientes na Grã-Bretanha, com esperança de começar a usar o material regularmente nos Estados Unidos dentro dos próximos 18 meses.

Sem cirurgia
De acordo com os cientistas, a vantagem da nova técnica em relação aos preenchimentos tradicionais está no processo de enrijecimento.

O preenchimento convencional esquenta enquanto endurece, destruindo as células próximas, o que impede o seu uso em algumas partes do corpo. Já o polímero desenvolvido na Grã-Bretanha começa a endurecer apenas quando entra em contato com a temperatura do corpo.

Além disso, o próprio processo de inserção é mais fácil, pois não necessita uma incisão cirúrgica, segundo o chefe da pesquisa, Kevin Shakesheff.

Os enxertos tradicionais utilizam pedaços de ossos retirados de outra parte do corpo para preencher as fraturas. “Hoje em dia, além de sofrerem uma cirurgia, os pacientes ficam com uma parte do corpo relativamente danificada. Nosso método evitaria isso”, explicou Shakesheff.

“Acreditamos que podemos apenas inserir uma agulha, levá-la ao ponto certo e injetar o polímero, que então vai preencher a área fraturada e endurecer em poucos minutos. Como ele não esquenta, as células ósseas ao redor sobrevivem e conseguem recompor o tecido.”

Futuro
O cientista reconhece, no entanto, que o material tem limitações, como a maneira como “cola” ao osso.

Segundo ele, uma fratura grave na perna, por exemplo, ainda necessitaria de pinos para evitar um colapso quando o paciente tentar andar.

Mas Shakesheff lembra que o fato de o polímero não esquentar possibilita que no futuro ele seja usado em outros tipos de processos reparatórios em várias partes do corpo, inclusive o coração.

O novo material rendeu à equipe de Nottingham o prêmio Medical Futures, que honra as invenções médicas mais importantes do ano


 

Brasileiros vão viver mais tempo, segundo o IBGE

 

Entre 1991 e 2007, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou, segundo uma pesquisa divulgada pelo IBGE. A mortalidade infantil caiu, mas ainda é muito preocupante.

Acompanhamento durante a gravidez, acesso a tratamentos, vacinação: essas são as armas que têm reduzido a mortalidade infantil no país. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 1991, a cada mil crianças, 45 morreram antes de completar um ano. Em 2007, a taxa caiu para 24 a cada mil nascimentos.

Mas a desigualdade entre as regiões do país ainda é grande. No Nordeste, a mortalidade é maior. Alagoas tem o pior índice: a cada mil crianças, são 50 mortes, mais que o dobro da média nacional.

Moradora de uma favela de Maceió, a dona-de-casa Elenice Souza perdeu a filha com 18 dias de vida, vítima de complicações respiratórias. “Eu gostaria muito que ela tivesse convivido com a outra, que ela tivesse a oportunidade de brincar com a irmãzinha dela”, ela lamenta.

A pesquisa também revelou quantos anos, em média, vive o brasileiro e descobriu que a melhora na educação se traduz em mais tempo de vida. Quem tem maior acesso à informação cuida melhor da saúde. Esse é um dos motivos para o aumento de 5,5 anos na expectativa de vida da população.

Segundo o IBGE, quem nasceu em 1991 viveria em média 67 anos. Para os brasileiros que nasceram em 2007, a expectativa é de 72 anos e cinco meses.

As mulheres vivem mais: é que os homens são as maiores vítimas de mortes violentas, que incluem homicídios e acidentes de trânsito. Na faixa etária entre 20 e 24 anos, eles têm quatro vezes mais risco de morrer do que as mulheres.

Mas Wilson, aos 76 anos, não se sente em desvantagem. “Eu pretendo ser a exceção, pretendo viver mais que as mulheres”, alega Wilson.

“Ele, se bobear, me passa a perna”, brinca a mulher d



Alguns tipos de câncer de mama pode regredir sem tratamento

 

Alguns casos de câncer de mama tratados com cirurgia ou quimioterapia poderiam ter regredido naturalmente se deixados sem tratamento, afirmaram cientistas nesta segunda-feira. As informações são do The Guardian.

Um artigo, publicado nos Arquivos de Medicina Interna, diz que os programas de rastreamento identificam tipos de câncer que não representam ameaças à saúde, levando a tratamentos invasivos e desnecessários.

Com o atual avanço da tecnologia, segundo o estudo, já é possível identificar que tipos de câncer regrediriam sozinhos e que tipos seriam malignos sem tratamento.

O pesquisador Per-Henrik Zahl, e sua equipe do Instituto Norueguês de Saúde Pública de Oslo, analisou um programa de rastreamento de câncer introduzido no país.

Os especialistas compararam a incidência de câncer de mama em cerca de 120 mil mulheres, entre 50 e 64 anos, que foram chamadas para realizar três exames de mamografia entre 1996 e 2001, com mulheres da mesma faixa etária no ano de 1992, antes do programa ser introduzido no país.

Os estudiosos concluíram que o número de casos de câncer de mama invasivo era 22% mais alto no grupo que fez o rastreamento, independentemente da idade. Os cientistas afirmam ainda que, em 32 casos, foi registrado regressão da doença.

Apesar do número ser relativamente pequeno, os cientistas dizem que isso não significa que a regressão do câncer seja raro. “Isso pode significar que a doença raramente tem a chance de seguir seu curso natural”, afirmam no artigo”.

Em um editorial, Robert Kaplan, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e Franz Porzsolt, do Hospital Universitário de Ulm, na Alemanha, asseguram: “Apesar do apelo para a detecção precoce do câncer de mama, a incerteza da importância da mamografia continua”.

Segundo Kaplan e Porzsolt, pouco se sabe sobre o que acontece com uma mulher que não é submetida ao tratamento da doença. O que se nota é que um número significativo de mulheres morrem sem saber que tinham a doença.

Alexis Willet, da organização britância “Breakthrough Breast Cancer”, acredita que a teoria desenvolvida pela pesquisa norueguesa seja interessante, porém adverte que “atualmente não é possível prever se a doença, identificada precocemente através de mamografias, irá progredir”.

Para ele, o que importa é que os programas de prevenção, quando detectam a doença em estágio primário, têm salvado vida


Células-tronco podem tratar rins danificados

 

Cientistas brasileiros comprovaram que células-tronco podem ajudar na recuperação dos rins atingidos pelo efeito colateral dos medicamentos. O resultado das experiências – feitas por enquanto com ratos – será apresentado na quarta-feira, em um simpósio internacional em São Paulo.

Há um ano e meio, pesquisadores buscam a solução de um impasse: como diminuir a destruição que remédios potentes, mas fundamentais, provocam nos rins de pacientes com infecções agudas?

Os órgãos, que têm a função de filtrar o sangue, sofrem tanto com o bombardeio de substâncias tóxicas que param de funcionar. “Precisamos prevenir ou se não, curar o rim do indivíduo que ficou intoxicado pelo antibiótico para continuarmos a tratar dessa infecção importante”, afirma o médico Nestor Schor, professor de medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que é o orientador do projeto.

Para descobrir a cura, os pesquisadores reproduziram o problema no laboratório. Ratos receberam injeções de antibióticos fortes, que provocam insuficiência renal. Quando ficaram doentes, as cobaias foram tratadas com células-tronco, que têm a capacidade de se transformar em células de outros órgãos.

As células-tronco são retiradas da medula dos ratos, multiplicadas e injetadas na corrente sangüínea. A maior parte desaparece, mas algumas encontram as lesões e recuperam os rins. “Não só na capacidade de filtrar, de eliminar essas substâncias tóxicas do organismo, como também na anatomia do rim”, complementa Luciana Reis, também pesquisadora da Unifesp.

O tratamento funcionou em todos os 50 ratos que passaram pelo processo, mas ele não está pronto para ser usado em seres humanos, porque, nesta técnica, os pesquisadores ainda não sabem como controlar o crescimento das células-tronco dentro do corpo. Eles calculam que, em até três anos, o tratamento possa ser testado em pacientes com infecção aguda.

“Como elas são muito potentes, elas podem se transformar em qualquer tecido, nós precisamos ter certeza que ela vai se transformar no tecido que a gente precisa, para corrigir e reparar aquele tecido que foi machucado, não em outro tecido”, esclarece Nestor

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) ligados ao Projeto Genoma estão fazendo pesquisas para compreender o funcionamento dos neurônios nos portadores da síndrome de autismo. Os pesquisadores já conseguiram decifrar três genes relacionados à ocorrência de autismo. Os estudos dos cientistas foram publicados no começo deste ano na revista científica Brain Research.

Conforme a bióloga Maria Rita Santos e Passos Bueno, do Centro de Estudos do Genoma Humano (Departamento de Genética e Biologia Evolutiva - Instituto de Biociências), “já há um consenso internacional de que o autismo depende de fatores genéticos. Acredita-se que há vários genes que possam estar associados ao autismo”.

Segundo ela, o autismo é uma doença complexa e heterogênea, causada por diversas alterações genéticas. “Algumas formas de autismo são associadas a síndromes genéticas bem estabelecidas, como por exemplo, a síndrome do ‘x frágil’ alteração do cromossomo x, que é uma síndrome relacionada ao retardo menta” afirma.

Estudo desenvolvido pela equipe da bióloga com mais de 250 portadores de autismo verificou a recorrência de variações entre a quantidade de receptores de serotonina e a própria substância (que atua como neurotransmissora e está relacionada com emoções e com o sono). De acordo com Maria Rita Bueno, verificou-se a disponibilidade de mais serotonina do que de receptores. Há mais “chaves” que “fechaduras”, simplifica.

“Possivelmente, há muitos mecanismos genéticos que podem levar ao autismo. Casos que podem ser determinados por erros em genes específicos ou por pequenas variações que estão no genoma que chamamos de SNPs. Vários desses SNPs em alguns genes lev

ações e decifrar três genes relativos à síndrome do autismo (neurogulin 3; neurogulin 4 e shank 3).





Por Crislaine Coscarelli

Imagine o quão rico é para um estudante de medicina poder conhecer muito de perto, com riqueza de detalhes, o funcionamento do corpo humano, cada articulação em movimento, cada célula com suas ações e reações. Por mais que se tenha o conhecimento dos órgãos em aulas de anatomia (utilizando cadáveres), são poucas as chances de se observar o funcionamento de cada órgão, por exemplo. Esse detalhamento já é realidade no Brasil e o mais importante: o material é acessível.

Com o auxílio da computação gráfica, desenvolveu o Homem Virtual. Projeto inédito no mundo, ele foi dividido em títulos - cada um colocado em um CD ROM - que auxiliam médicos e estudantes a compreender melhor o funcionamento do corpo humano, a ação de alguns vírus, entre outros. "Ele é fruto da junção de três coisas: design digital, orientação estratégica da comunicação dinâmica e o conhecimento de médicos especialistas. Por isso, é tão completo", afirma o professor Chao Lung Wen, coordenador geral da área de telemedicina na USP e um dos "pais" do Homem Virtual. (veja galeria de imagens no fim desta matéria)

Por enquanto, a série contém oito CDs. Entre os temas abordados estão: a anatomia dos órgãos geniturinários masculinos, a marcha humana e como ela é afetada por amputações e um que mostra detalhadamente como ocorre o ciclo do nascimento e morte do pêlo. Estão em produção títulos sobre a anatomia do olho, asma e hidratação da pele. Os softwares são desenvolvidos de acordo com as necessidades e as parcerias. O CD-ROM da anatomia geniturinária masculina, por exemplo, está sendo distribuído pela Sociedade Brasileira de Urologia a seus associados. O trabalho sobre a marcha já está ajudando médicos e pacientes do serviço de reabilitação física do Hospital das Clínicas de São Paulo. Até o ano que vem, a equipe pretende chegar à marca de 30 títulos. Os CDs estão à venda por R$ 50. As Instituições de ensino e hospitais que se interessarem podem firmar acordos com a universidade para a utilização dos produtos.

Clique nas imagens abaixo para ver detalhes de alguns dos títulos do Homem Virtual:

Uso social

O sucesso do projeto é tanto que ele começa a ser expandido também para o público leigo. A Faculdade deve fechar nos próximos meses uma parceria com o Senac que permitirá levar o Homem Virtual a alunos de cursos técnicos, para que auxiliem na detecção e prevenção de doenças. "Seria muito valioso se profissionais como esteticistas, cabelereiros, pedicures e manicures fossem capazes de detectar lesões na pele de seus clientes, como micoeses, infecções e até mesmo sinais de cânceres de pele. Além de facilitar a cura com o diagnóstico precoce, eles podem se tornar agentes multiplicadores de informação e auxilia também na prevenção", afirma Wen.

Outros projetos que envolvem a saúde pública já são realizados com o auxílio do Homem Virtual, entre eles está a educação postural e a orientação para prevenção de doenças como câncer de pele e DSTs (Doenças Sexualmente Trasmissíveis). Esses projetos podem ser acompanhados no site: "Por isso eu costumo definir a telemedicina como um resgate social por meio da tecnologia", destaca Wen.

Nos consultórios

Atualmente cerca de 6.000 médicos brasileiros, entre dermatologistas e urologistas, utilizam o Homem Virtual em seu consultório para a orientação de pacientes. "O caso mais comum é a explicação da formação da acne para pacientes adolescentes", exemplifica o professor Wen.


tual é apenas um dos instrumentos dos muitos utilizados pela disciplina de telemedicina para difundir conhecimento. Esses "instrumentos" estão reunidos no cyberambulatório criado pela disciplina, um sistema que permite que médicos de qualquer região brasileira sejam orientados por profissionais dos centros de referência em saúde do país. Wen disconcorda de quem aponta o cyberambulatório como uma forma de EAD (Educação a Distância), ele prefere dizer que é um EAT, ou seja, educação com o apoio da tecnologia.

Mas muitos desses médicos, já optaram pelo programa de atualização.


Tecnologia ajuda a salvar vidas

 

 

IPATINGA
– Há muito, a tecnologia é aliada do homem na descoberta, compreensão e no tratamento de uma infinidade de doenças. Nos últimos anos, o desenvolvimento de novos materiais, equipamentos e programas de computador permitiram um salto considerável na Medicina. No começo, Hipócrates - que viveu entre 460 e 377 a.C. -, se valia de explicações sobrenaturais para doenças, devido à limitação do conhecimento à época. O que faltava ao “pai da Medicina” agora existe de sobra e de forma aperfeiçoada.

 

Que tal conhecer o interior de uma veia e descobrir anomalias, tratar o paciente antes de uma crise? Isso é perfeitamente possível e o Vale do Aço está suficientemente abastecido com essa tecnologia.

 

Avanço

 

Em Ipatinga, o médico radiologista Ovídio Carlos Carneiro Villela, responsável pela Clínica São Judas Tadeu, no Centro, acredita que foi uma grande conquista o desenvolvimento de equipamentos que permitem a um médico visualizar o que ocorre no interior do corpo humano. “A área de diagnóstico por imagem foi a que mais se desenvolveu nos últimos anos na Medicina”, avaliou.

 

O médico disse que, inicialmente, o diagnóstico por imagem só dispunha dos Raios-X, exame que se valia da radiação para atravessar a superfície corporal do paciente e, com isso, formar a imagem que permitia um conjunto de informações sobre uma determinada doença. A partir da década de 80, foram desenvolvidas a ultra-sonografia e a tomografia computadorizada. A ressonância magnética, que não utiliza radiação, mas o campo magnético, veio complementar o diagnóstico com imagens tridimensionais do corpo.

 

Benefícios

 

A radiologia digital, por exemplo, conforme Ovídio Villela, permite que a mamografia mostre tumores cada vez mais precoces no seio, o que assegura condições de tratamento e cura do câncer de mama. A tecnologia também reduziu os riscos que corriam as pessoas muito expostas à radiação. Hoje, os exames têm doses cada vez menores e localizadas de radiação.

 

A tomografia multislice é a última inovação em termos de diagnóstico por imagem. O radiologista Ovídio Vilela disse que ela permite que se faça “cortes” cada vez mais fino, com doses ainda menores de radiação e diagnósticos mais precisos.

 

Custos elevados e acesso conveniado

 

Tecnologia de ponta significa, também, demanda de investimentos. Assim, quem quiser se utilizar dos seus benefícios, quando a doença chegar, terá que pagar. Uma tomografia custa em média R$ 300. Para quem não pode pagar, a saída é entrar na fila do Sistema Único de Saúde.

 

O médico radiologista Ovídio Villela confirmou que o SUS permite o acesso a todos os métodos de diagnósticos. “Nossa região é agraciada por isso, tanto o nosso serviço, quanto o serviço do Hospital Márcio Cunha têm convênio com o SUS. Isso amplia o acesso à tecnologia do diagnóstico por imagem. Os planos de saúde também cobrem os exames, mesmo porque o diagnóstico pode evitar uma internação desnecessária e mais gastos”, analisou.

 

Fabricado pela Philips, na Holanda, um aparelho de ressonância magnética custa aproximadamente US$ 1 milhão e um exame sai na média por R$ 700. Neste caso, o acesso pela rede pública de saúde existe com mais restrição. Fabrício Maia disse que tem atendido pacientes encaminhados pelo SUS, mas admitiu que a demanda é maior do que a rede encaminha. “A rede pública ainda não permite acesso da população a 100% de toda a tecnologia que a Medicina desenvolveu, mas já são importantes os convênios existentes”, observou o médico.

 


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